No dia 28, eleitores brasileiros voltam às urnas para eleger o presidente da República e governadores de 13 Estados e do Distrito Federal. O Amazonas é um dos Estados. Polarizado, o processo eleitoral tem desde a noite de domingo cenas de confrontação e uma série de episódios de agressão física e psicológica que brotam em ritmo acelerado nesse cenário onde o diálogo e o respeito as regras deixaram de importar.
É fundamental que as autoridades da Justiça Eleitoral ampliem as ações para reforçar o que a presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministra Rosa Weber, definiu como “a festa da democracia” ao falar sobre as eleições do último domingo. Uma democracia em festa pede providências imediatas diante de comportamentos que estão marcados pela truculência e a provocação, a fim de evitar tragédias de maiores proporções, bem como reafirmar o respeito à lei, por todos.
É impossível ignorar ou minimizar o nível dos confrontos que a reta final da campanha presidencial sustenta, um quadro já anunciado e estimulado. O confronto deixou de ser feito no campo das ideias e de programas para atingir física e moralmente as pessoas em situação opostas, com radicalismos crescentes. Há instrumentos legais para estabelecer limites e identificar as pessoas que insistem em ultrapassa-los. Por isso, é necessário que desde já sejam acionadas as instâncias legais e legitimas que façam funcionar bem as garantias constitucionais e o Estado Democrático de Direito.
O Brasil tem uma série de problemas acumulados e está como uma panela de pressão pronto para explodir. Poderá cumprir o processo eleitoral evitando essa explosão desde que as autoridades observem e cuidem para prevenir que isso ocorra. O que ora ocorre, quando as ideias e os apoiadores opostos ultrapassam o nível da confrontação destas e partem para os embates físicos, demonstra o quanto a sociedade brasileira precisa andar em direção a uma melhor democracia sustentada pela diversidade, as diferenças e profunda noção de respeito às pessoas. Os passos dados até agora foram importantes, mas a estrada que se apresenta é longa, tem curvas e oscilações em um pais gigante e peculiar onde o desenvolvimento é profundamente desigual.
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