BRASÍLIA e SÃO PAULO
O presidenciável Jair Bolsonaro (PSL) disse nesta terça-feira (9) que pretende fazer sua própria reforma da Previdência e que não usará a proposta apresentada pela gestão de Michel Temer, já em tramitação na Câmara.
"Eu acredito que a proposta do Temer como está, se bem que ela mudou dia após dia, dificilmente ela será aprovada", disse.
Sem apresentar muitos detalhes, disse que vai fazer uma proposta mais consensual.
"Não adianta uma proposta que aos olhos apenas de economistas e de alguns políticos é maravilhosa, mas que não passa no parlamento."
Ao falar sobre sua proposta para a Previdência, sugeriu ampliar em um ano o tempo de trabalho para servidores públicos e resgatou o mote do ex-presidente Fernando Collor na campanha de 1989, prometendo acabar com a "farra de marajás".
"Tem muitos locais no Brasil que o servidor público tem um salário x e tem um cargo em comissão. Depois de oito a dez anos, ele incorpora o salário e comissão. E depois de oito ou dez, ele incorpora de novo. Vamos acabar com essa farra de marajás."
O presidenciável destacou a importância de que a reforma da Previdência, paralisada no Congresso, avance ainda este ano. Ele afirmou que o projeto de Michel Temer não deve avançar e defendeu uma proposta justa, sem apontar mais detalhamento.
"Vai devagar. Uma maratona começa com um passo, se quiser resolver tudo imediatamente, como minha mãe sempre dizia: remendo novo em calça velha não dá certo. Vamos fazer uma reforma justa."
A posição do presidenciável referenda declaração do coordenador de sua campanha, deputado Onyx Lorenzoni (DEM-RS). Em Brasília, o parlamentar afirmou que se o capitão reformado for eleito, não deve se movimentar para aprovação da reforma apresentada pelo governo de Michel Temer.
O presidente disse em setembro que entrará em contato com seu sucessor para tentar aprovar a reforma ainda durante seu governo.
De acordo com Lorenzoni, se Bolsonaro vencer, o assunto só será discutido depois da posse, e não na transição.
"Se ele ganhar a eleição no dia 28, que nós acreditamos que vai, nós vamos tratar desse assunto dia 1º de janeiro de 2019, nem um dia antes", disse, na Câmara.
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