sábado, 8 de setembro de 2018

Chega de intolerância

O atentado contra o candidato à Presidência da República Jair Bolsonaro foi um ato extremo cometido por uma pessoa claramente desequilibrada, como já está sendo devidamente evidenciado pelas investigações. Apesar de não ter ligações políticas atualmente - o autor do crime desfiliou-se de um partido há quatro anos - é difícil imaginar que o clima de intransigência que vem crescendo no País não tenha contribuído para o atentado.
Espera-se que o ato em si não seja usado para alimentar ainda mais o cenário de divisão entre brasileiros que vem se arraigando desde antes do impeachment de Dilma. O momento atual é uma oportunidade para mostrar que os extremos são exceções, que a maioria dos brasileiros são  pessoas razoáveis.
O extremismo, sob qualquer bandeira, não pode ser tolerado. O País já tinha visto alguns “ensaios” do que acabou acontecendo com o candidato do PSL. O acirramento da intolerância entre grupos que insistem em venerar salvadores da Pátria alimenta o ímpeto de desequilibrados como o homem que esfaqueou Bolsonaro, ou o que abriu fogo contra a caravana de Lula em abril deste ano. Naquela ocasião, felizmente ninguém se feriu. O mesmo não ocorreu na última quinta.
O ataque a Bolsonaro é um alerta para todos. Onde vamos chegar com a escalada da intolerância? A violência precisa ser prevenida e combatida. Os Direitos Humanos - que não são uma secretaria, um órgão público ou uma instituição como muitos pensam (por mais absurdo que isso seja) - valem para todos, até mesmo para os que os desprezam ou os desconhecem.
Não bastasse a insegurança gerada pela própria criminalidade, ainda temos que conviver com os riscos trazidos por pessoas com posições políticas extremas. É perfeitamente possível travar o diálogo, defender argumentos de forma razoável, discordar, concordar, mas sempre respeitando, sempre aceitando o direito de cada um ter a própria opinião. Amizades não precisam ser desfeitas, famílias não precisam se dividir.  
A esperança é que, ao final das eleições, seja qual for o resultado das urnas, o País seja finalmente pacificado, admitindo-se que, uma vez que vivemos em uma democracia, a vontade da maioria é sempre soberana, e os eleitos - a despeito de suas orientações políticas - desempenharão um papel legítimo.

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