Outros atentados e morte ocorreram no Brasil nas últimas horas situando o grau de extremismo e de descaso no País. Uma criança de Manacapuru morre após fortes indícios da ação de um sistema precário de saúde que não consegue oferecer respostas em tempo hábil e dois homens, jovens, são mortos em Boa Vista (RR), um brasileiro e um venezuelano, o último espancado até à morte.
Esses sinais espalhados nas cidades brasileiras têm sido alimentados, inclusive por candidatos a cargos eletivos que esperam votos a partir de um discurso de violência e de incentivo a atitudes como essas que agora a sociedade brasileira assiste. O quadro tende a se agravar porque há um governo federal fragilizado, um legislativo envolvido na defesa do seu próprio projeto, de reeleger-se, e um judiciário que deixou de agir dentro do critério de justiça para se posicionar mais politicamente sobre os fatos.
A questão urgente é que os poderes do Brasil, mesmo que fragilizados, estão sendo convocados a agir e com sensatez, bem como os demais setores da sociedade, principalmente as instituições que historicamente entraram em ação em momentos difíceis e de agudização dos procedimentos, dentre estadas a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-AM), a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), e organizações que congregam diferentes correntes religiosas.
Há necessidade de ações que de forma inteligente possam prevenir os confrontos sangrentos e mais mortes. O que aconteceu em Boa Vista, no sábado, não é uma surpresa, um dado novo, e sim a consumação de tragédia fartamente anunciada. A morosidade na discussão adequada e na tomada de decisão por parte do governo brasileiro e, a esta, posicionamentos equivocados, representam as marcas preferenciais da forma oficial de lidar com esse cenário.
Os dados estão sendo apresentados, todos os dias, publicamente e falam de um Brasil que se comunica pelo ataque e onde a importância de ouvir o contraditório foi substituída por socos, pontapés, murros, empurrões e guerra verbal. Quando situações dessa ordem avanaam para eliminar a vida da outra pessoa é o extremismo que prevalece e ganha. A maioria da população perde. Os dois mortos de Boa Vista são o mais recente exemplo desse quadro e o fogo do ódio continua queimando.
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