A falta de energia elétrica entre a noite de quinta-feira até as primeiras horas da sexta-feira transtornou a vida de inúmeras famílias nos bairros de Manaus. Por mais de nove horas, residências e ruas ficaram no escuro e, em outros locais da cidade, foram registradas interrupções de energia em períodos mais curtos. Centenas de pessoas que retornam para suas casas ou estavam em deslocamento a outros endereços foram surpreendidas com ruas e becos escuros sem apoio de algum suporte de segurança pública que, supostamente deveria ter sido informada pela empresa operadora do serviço de energia e tomado providências para atender as áreas mais atingidas por esse problema.
O peso da fatura de consumo da energia elétrica confrontado com a qualidade do serviço prestado tem sido gerador de revoltas e reclamações que estão acumuladas no órgão de defesa do consumidor. O morador de Manaus paga valor alto pelo consumo de energia, taxa de iluminação pública e outros tantos penduricalhos para dispor de um serviço precário que anualmente mescla racionamento mais prolongado com interrupções de curto prazo do fornecimento de energia. Nos demais municípios do Estado do Amazonas, e no interior destes, a situação sequer é conhecida pois o drama da maioria da população que depende unicamente desse dispositivo público permanece na maior parte das ocorrências silenciada.
O caso se agrava quando se sabe, a partir de farta material divulgado em diferentes mídias, que a proposta de privatização do sistema de geração de energia elétrica avança e o pós-eleição já expõe um Congresso Nacional afeito às privatizações incluindo setores essenciais e deveriam ter, por parte do Estado, atenção total porque representam garantia de vida de milhares de brasileiros. Na Amazônia Ocidental, cinco das seis empresas responsáveis pelo fornecimento de energia já foram leiloadas, a do Amazonas poderá vir a ser a próxima, só não foi em função da falta de indicadores de que o futuro fornecedor de energia, na versão privada, irá assumir o compromisso de garanti-la. O Estado não está incluído no sistema nacional de energia elétrica e torna-se vulnerável nos acordos e ajustes que vêm sendo feitos pelo Governo Federal e o Legislativo. Ou seja, o que hoje é um quadro problemático com essas interrupções, amanhã, poderá ser muito mais crítico.
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