Polêmica das armas

Novamente, um franco atirador abriu fogo contra o público nos Estados Unidos, causado a morte de pelo menos quatro pessoas e ferindo dezenas. O ataque aconteceu ontem na Flórida, durante um torneio de jogos eletrônicos. Nos Estados Unidos, o porte de arma é assegurado pela Constituição. Mas ataques como o de ontem reacendem o debate entre os norte-americanos, que se dividem entre restringir o porte ou liberar ainda mais para que as pessoas possam se defender em situações de perigo.

Por incrível que pareça, por lá, há quem defenda armas em escolas para usar em caso de ataque de atiradores malucos. Quem é contra, argumenta que, na verdade, haverá mais malucos com acesso a mais armas, resultando em mais mortes. 

No Brasil, defensores da liberação do porte de armas dizem que por aqui - onde o acesso às armas é restrito - a taxa de homicídios com armas de fogo é cinco vezes maior que nos EUA. Isso porque só os bandidos estariam armados e os “cidadãos de bem” não teriam como exercer sua legítima defesa.

Cabe ressaltar que é dever do estado garantir a segurança pública. Se a taxa de homicídios cresce, a população deve cobrar os governos por políticas públicas mais eficazes, por polícia melhor equipada, policiais melhor remunerados e treinados. Se o Estado resolve armar a população como forma de combater a violência, estaria apenas admitindo a própria incompetência e entregando à sociedade a missão de cuidar da segurança pública.  

Mesmo assim, dezenas de propostas no Congresso que tentam alterar ou até mesmo extinguir o Estatuto do Desarmamento por meio de plebiscito. No entanto, as estatísticas mostram que boa parte dos assassinatos com arma de fogo não acontecem durante assaltos ou tiroteios entre polícia e criminosos. Ocorrem durante discussões entre amigos e parentes, desentendimentos no trânsito ou brigas entre vizinhos. Qualquer motivo fútil basta para que uma pessoa armada se transforme em um assassino. A ideia de que mais pessoas armadas pode conter a violência chega a ser bizarra.

O assunto tem sido abordado por candidatos em campanha que manifestam todo tipo de posicionamentos. Armar a população não resolve nada, apenas piora. É preciso desarmar os bandidos e exigir mais segurança.