No geral, as declarações dos candidatos a cargos majoritários nas eleições deste ano, soam como se estivessem sendo feitas em outro lugar que não o Brasil, tamanha é a distância entre o que declaram e prometem e a realidade da maioria da população. É como se vivem numa espécie de ilha da fantasia incapazes de sair dela e conviver com o drama das pessoas desempregadas, daquelas vítimas da violência, dos sem moradia, sem atendimento médico, dos que estão privados das três alimentações diárias.
Ao mesmo tempo, a média do teor dos discursos de campanha demonstra o quanto a política-partidária se mantém divorciada dos elementos que a vinculam a ser pensada como espaços de participação democrática e de representação da sociedade por meio dos votos de eleitores livres em suas escolhas.
Apesar do desgaste, os debates promovidos pelos diferentes meios de comunicação e as séries de entrevistas com os candidatos são oportunidades para que os eleitores e a sociedade em geral possam trocar informações, conhecer um pouco do pensamento e dos interesses desses candidatos, a capacidade de lidar com os conflitos e de dialogar com os antagonismos. A outra parte da tarefa é a de levantar o máximo de informação possível dos que estão candidatos e buscar conhecer como se comportam, se detentores de mandatos, para que fins os utilizaram.
Os candidatos ainda não se sentem dispostos a mudar de conduta e repetem velhos gestos porque reconhecem que a lógica do voto não mudou. O contraditório é que embora a atividade política esteja entre as que mais geram desconfiança e seja negativamente avaliada, os primeiros passos da campanha deste ano não inovaram, até utilizam recursos midiáticos inovadores, porém o conteúdo é repetitivo.
As questões nacionais importante são ignoradas e, quando instigada a se manifestar, a maioria dos candidatos reproduz falas do que não será possível realizar ainda que todo o período de mandato fosse utilizado nessa direção. A tentativa de subornar, o gosto pelo engodo e a proliferação de promessas impossíveis voltam à cena. Os candidatos parecem apostar na falta de memória da população como trunfo na busca por votos. Levantamentos recentes indicam que a maioria dos integrantes do Congresso Nacional deverá ser eleita. Cabe ao eleitor decidir sobre o destino do seu voto.
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