Eirunepé entra no Programa Mais Médicos do Gov Federal.

O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, apresentou detalhes do programa Mais Médicos a prefeitos e secretários de saúde do Estado, durante reunião no auditório da Federação das Indústrias do Estado do Amazonas (Fieam), no Centro. O evento contou, também, com a participação do secretário estadual de Saúde, Wilson Alecrim, que destacou a necessidade de reforço médico especialmente no interior do Amazonas, onde a população é 100% dependente dos serviços do Sistema Único de Saúde (SUS).

O encontro teve o objetivo de estimular a adesão dos municípios amazonenses ao programa Mais Médicos. Lançado pelo Governo Federal no início deste mês, o programa tem como foco exclusivo a Atenção Básica, de responsabilidade das Prefeituras. A proposta é ampliar a presença de médicos nas regiões mais carentes, principalmente nos municípios do interior e periferia das grandes cidades. Segundo dados do Ministério da Saúde, o programa beneficiará 209 municípios da região norte, sendo 39 no Amazonas.

O ministro destacou que os profissionais vinculados ao programa atuarão nessas cidades e receberão bolsa federal de R$ 10 mil, paga pelo Ministério da Saúde. No caso dos profissionais que forem alocados no interior do Amazonas (e também de outros estados do Brasil), ainda receberão ajuda de custo no valor de R$ 30 mil, pagos de uma vez só também pelo Ministério da Saúde, para auxiliar no deslocamento para a cidade onde irão atuar. Os municípios ficarão responsáveis por garantir moradia e alimentação aos médicos, além de ter de acessar recursos do Ministério para construção, reforma e ampliação das unidades básicas.

Wilson Alecrim ressaltou que a falta de médicos no Amazonas ainda é um dos principais problemas do setor. Ele reforçou o compromisso do governador Omar Aziz em promover melhorias na saúde do interior e anunciou, ainda, programa de financiamento voltado aos municípios, para a compra de equipamentos destinados às unidades básicas de saúde fluviais, a serem implantadas por meio do Programa de Construção de Unidades Básicas de Saúde Fluviais, do Ministério da Saúde (MS).

O Amazonas já conta com uma unidade fluvial no município de Borba e outros 16 municípios do Estado já apresentaram projeto ao Ministério, para obtenção dos recursos desse programa. “O Governo do Estado não medirá esforços para complementar o financiamento da compra de equipamentos, que permitirá o pleno funcionamento das unidades fluviais”, disse ele.

Municípios prioritários – No caso do Programa Mais Médicos, as cidades amazonenses apontadas como prioritárias pelo Ministério da Saúde são Alvarães, Amaturá, Barcelos, Barreirinha, Benjamin Constant, Beruri, Boca do Acre, Borba, Caapiranga, Carauari, Careiro da Várzea, Codajás, Eirunepé, Envira, Humaitá, Ipixuna, Itacoatiara, Juruá, Jutaí, Lábrea, Manaquiri, Manaus, Manicoré, Maraã, Mués, Nhamundá, Nova Olinda do Norte, Novo Airão, Novo Aripuanã, Parintins, Pauini, Santa Izabel do Rio Negro, São Gabriel da Cachoeira, São Paulo de Olivença, São Sebastião do Uatumã, Silves, Tabatinga, Tapauá e Urucará.

Alecrim frisou que vários desses municípios estão também recebendo investimentos do Governo do Estado para ampliar e modernizar o atendimento de urgência e de média complexidade, que são de responsabilidade da Secretaria Estadual de Saúde (Susam). Em Silves, São Paulo de Olivença, Tabatinga, Humaitá, Pauini e Envira, por exemplo, novos hospitais estão em construção, com entrega prevista ainda para este ano.

Nos municípios de Manaquiri, Eirunepé, Benjamin Constant, Novo Aripuanã, Amaturá e Santo Antônio do Içá, que também integram a lista de prioridades do Programa Mais Médicos, os hospitais estão passando por obras de reforma. Além das obras para dotar as unidades hospitalares de infraestrutura mais adequada, o Governo do Estado está investindo na aquisição de novos equipamentos, na substituição da frota de ambulâncias, capacitando pessoal para a implantação de novos serviços, como a realização de mamografias, ampliando e reforçando o sistema de Telemedicina, entre outras medidas para assegurar o acesso das populações do interior aos serviços de saúde.

O Governo do Estado também irá realizar, ainda este ano, concurso público para contratação de profissionais da saúde, para a capital e interior. O processo já está tramitando na Casa Civil.

Inscrições – O período de inscrições para médicos e municípios encerarm no dia, 25 de julho. No cadastro, os prefeitos e secretários municipais de saúde devem indicar as Unidades Básicas de seus municípios em que há falta de médicos. O Ministério da Saúde informou que até a última quinta-feira, dia 18, o programa registrou 13.857 médicos e 1.221 municípios inscritos. Do total de profissionais que aderiram ao programa, 11.147 se formaram no Brasil e 2.710 no exterior, 12.701 são brasileiros e 1.156, estrangeiros.

Alexandre Padilha enfatizou que a prioridade nas vagas é de médicos brasileiros. Somente as que não forem preenchidas serão oferecidas aos estrangeiros. A expectativa do ministro é de que os médicos já comecem a chegar aos municípios no início de setembro. Com a implantação do Programa, a proposta do Governo Federal é ampliar o número de médicos dos atuais 374 mil para 600 mil profissionais, até 2026, em todo o país.

O Ministério informou que em todo o país serão investidos recursos da ordem de R$ 15 bilhões, até 2014. Deste montante, R$ 7,4 bilhões já estão contratados para a construção de hospitais, Unidades de Pronto Atendimento (UPA) e unidades básicas. Para o Amazonas, já foram investidos, segundo dados do Ministério, R$ 25 milhões para obras em 156 unidades de saúde e R$ 33 milhões para a compra de equipamentos para 49 unidades. Também foram aplicados R$ 18 milhões para a construção de 10 UPAs e R$ 79 milhões para a reforma/construção de 33 hospitais do Estado.