Assaltos a escolas e igrejas assumiram um grau de frequência semanal em Manaus, o que expõe outra feição do problema que envolve a manutenção de um sistema de segurança pública. Matéria de A CRÍTICA, publicada no Caderno Cidades, mostra o dilema de professores, estudantes e demais servidores de escolas públicas municipais que colecionam a ocorrência desse crime.
Para os familiares sobra a convivência com o medo e a angústia de esperar que seus entes queridos possam retornar as suas casas vivos e sem sequelas, pelo menos aparente, pois as de ordem psicológicas, por viverem nessa atmosfera, são acumuladas e irão se manifestar, em muitos casos, em reações adversas.
Escolas foram construídas para funcionar como espaço de estímulo à aprendizagem e à formação, igrejas como lugar de oração, meditação, contemplação, aprendizagem sobre um comportamento mais humano. Ambas estão na mira de grupos que as invadem, saqueiam e depredam tais patrimônios. Relatos feitos por pessoas que trabalham nas escolas indicam o tamanho do pavor que têm ao permanecerem nesses ambientes e, ao mesmo tempo, a frustração por perceberem que esse sofrimento não tem sido tratado como importante pelas autoridades públicas.
Tanto em uma quanto noutra situação, os assaltos nesses lugares dizem respeito a coletivos muito mais ampliados, não são questões isoladas dos que estão na escola ou nas igrejas. Quem está sendo atingida por esse tipo de ação é a maioria da população de Manaus também envolvida no ciclo de violência e medo.
Faltam determinação e presença dos gestores públicos para tratar do problema com responsabilidade e assegurar continuidade nas ações de enfrentamento. As questões cruciais das cidades, como as que Manaus enfrenta, não estão suspensas em função da campanha eleitoral, continuam presentes e estão sendo agravadas.
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